Trump avalia ataque e dá ultimato ao Irã; aiatolá reage

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Donald Trump subiu o tom de seus ataques e cobranças ao Irã e, segundo relatos da imprensa americana, está considerando se aliar a Israel nos ataques contra a república islâmica.
Ontem, o presidente americano disse que a "paciência está no fim" e exigiu "rendimento incondicional do Irã".
As declarações de Trump foram feitas depois de uma reunião com sua equipe de segurança nacional.
O republicano havia antecipado sua volta do encontro de cúpula do G7 no Canadá, dizendo que buscaria "um fim real" para o conflito entre Israel e Irã, e não um cessar-fogo.
Os EUA estão deslocando porta-aviões e aeronaves usadas no abastecimento aéreo de caças para o Oriente Médio.
Israel pressiona os EUA a usar suas potentes bombas antibunker contra instalações nucleares subterrâneas do Irã, que estão fora do alcance do arsenal israelense.
Khamenei reage
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, rejeitou o ultimato apresentado ontem por Donald Trump.
"Em uma declaração inaceitável, o presidente dos Estados Unidos instou explicitamente os iranianos a se renderem",disse durante um pronunciamento gravado exibido em rede nacional de TV.
"A nação iraniana se opõe firmemente a uma guerra imposta, assim como se oporá firmemente a uma paz imposta. Esta nação nunca se renderá aos ditames de ninguém."
Khamenei também voltou a ameaçar retaliar os EUA caso o país participe dos ataques israelenses.
"O golpe será muito mais danoso do que qualquer dano que possa atingir o Irã."
Europa alerta para discurso de ódio em Portugal
O Conselho da Europa alertou hoje Portugal para o crescimento do discurso de ódio contra imigrantes e minorias no país.
"O número de casos de discursos de ódio dirigidos principalmente a migrantes, ciganos, pessoas LGBTQI e pessoas negras aumentou significativamente em Portugal", afirmou a Comissão contra o Racismo e a Intolerância, agência do conselho. Segundo o organismo, há denúncias de casos de violência cometidos por grupos neonazistas.
A comissão disse que o país precisa se preparar melhor para enfrentar a situação.
Ontem, a polícia portuguesa prendeu seis pessoas de um grupo de extrema-direita, suspeitas de "atividades terroristas, discriminação e incitação ao ódio e à violência". Entre os presos, havia um policial.
Nas eleições nacionais do mês passado, o partido anti-imigração Chega, da direita radical, foi o segundo mais votado.
Discurso de ódio: Rede X contra NY
A rede social X (ex-Twitter) entrou ontem na Justiça americana com uma ação questionando uma lei do estado de Nova York que obriga as redes sociais a prestar contas sobre como monitoram "discursos de ódio, extremismo e outros conteúdos polêmicos".
A empresa do bilionário Elon Musk argumenta que a lei viola a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que trata da liberdade de expressão, e que não cabe ao governo decidir o que é aceitável nas redes sociais.
Há nove meses, a empresa conseguiu derrubar na Justiça uma lei semelhante aprovada na Califórnia.
No ano passado, Musk também acusou o ministro Alexandre de Moraes (STF) de censura, por exigir que contas investigadas por disseminação de fake news e ataques à democracia fossem removidas da plataforma.
Justiça dos EUA derruba medida de Trump contra pessoas trans
A Justiça americana derrubou uma medida do governo Trump que impedia a emissão de passaportes americanos para pessoas transgêneras ou não-binárias consistentes com sua identidade de gênero.
A decisão, que vale para todo o país, foi tomada pela juíza federal Julia Kobick, em Boston.
Em abril, ela já havia restituído o direito a seis pessoas que fizeram pedido similar à Justiça. Kobick argumentou que a política adotada pelo Departamento de Estado provavelmente discrimina com base no sexo e estava enraizada em um "preconceito irracional" contra transgêneros, o que viola a Quinta Emenda da Constituição.
Nos EUA, a designação de sexo "X" é usada em documentos oficiais, como passaportes, como opção de gênero, além de "M (masculino)" ou "F (feminino)".
Dólar sob ataque
O presidente do Banco Central da China previu hoje o surgimento de uma nova ordem monetária global, com o dólar dividindo sua posição hegemônica internacional com uma cesta de outras moedas.
Segundo Pan Gongsheng, o sistema monetário global evoluirá para modelo em que "algumas moedas soberanas coexistam, concorram entre si e se controlem e equilibrem mutuamente."
Ontem, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, com quem Pan se reuniu em Pequim na semana passada, disse que a posição dominante do dólar "já não é mais certa".
A Rússia, que sofre sanções financeiras dos EUA, também tem defendido a adoção de um sistema de pagamentos paralelo ao dólar no âmbito do Brics, grupo do qual o Brasil faz parte.
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